Vou te mostrar, passo a passo, como transformar uma ideia simples em um produto funcional usando inteligência artificial e ferramentas práticas. Aqui eu descrevo o fluxo que uso quando crio landing pages, microsistemas e até um mural estilo “million dollar homepage” com pagamentos via Pix. Se você quer aprender a produzir e vender soluções rápidas, diretas e escaláveis, este roteiro é para você.
Passo 1: Defina o escopo mínimo viável
Começo sempre definindo um MVP simples. Não adianta querer algo gigante na primeira versão. Pense no menor produto que resolve uma dor real. Exemplos que funcionam bem:
- Landing page de venda para uma mentoria (ex: Windsurf Marathon).
- Menu digital baseado em Google Sheets para pequenos restaurantes.
- Portal de anúncios por grade, vendendo blocos de espaço publicitário (mural do milhão).
- Sistema básico de agendamento pessoal com integração para mensagens.
Eu prefiro projetos que possam ser divididos em etapas: landing page, sistema com login e banco, e depois integração mobile ou deploy. Por exemplo, numa mentoria de dois dias, eu ensino a criar um sistema simples no primeiro dia e o app mobile no segundo dia.
Passo 2: Prepare as ferramentas e contas
Antes de codificar, garanta que você tem acesso às ferramentas que vão acelerar o processo:
- Conta Google (Gmail) para facilitar integrações e autenticação.
- Editor com suporte a AI, como Windsurf Editor (minha preferência) ou VS Code com integração ao Codex/GPT.
- Conta de IA tipo GPT (no meu fluxo uso Cloud Sonia 4.5, GPT5 ou outras variantes conforme a necessidade).
- Hospedagem com MySQL remoto, eu uso Napoleon Host porque permite acesso remoto ao banco, facilita o deploy e tem planos escaláveis.
- Serviço de pagamento Pix, eu integro com Pagou para pagamentos rápidos via Pix.
Ferramentas em mãos, crie uma pasta local chamada do projeto e abra no editor. No Windsurf eu já organizo janelas para poder trabalhar em múltiplos projetos ao mesmo tempo.
Passo 3: Use a IA para criar prompts completos
Em vez de escrever todo o código na unha, eu descrevo tudo para a IA: o objetivo do produto, jornadas de usuário, estrutura de páginas e integrações desejadas. Um bom prompt contém:
- Nome e objetivo do produto (ex: Windsurf Marathon, mentoria de 2 dias).
- Agenda e formato do evento (dias, horários, sessões de revisão).
- Tecnologias front-end desejadas (ex: Tailwind CDN, HTML/CSS/JS simples).
- Integrações back-end importantes (Banco MySQL remoto, API do GPT, Pagou Pix).
- Fluxo de pagamento e liberação de acesso após confirmação do Pix.
- Requisitos de UI/UX, mesmo que básicos (cores, estilo techno, animações simples).
Eu peço para a IA gerar um prompt que eu possa colar no editor de código, estruturar os arquivos e já vir com HTML dividido em componentes menores. A IA normalmente entrega um primeiro rascunho de index, CSS e scripts, e depois iteramos.
Passo 4: Montando a landing page rapidamente
Com os arquivos gerados, abro o preview no editor. Em poucos minutos você pode ter um HTML estático integrado ao Tailwind (Twind CDN) e uma estrutura de módulos:
- Hero com call to action para inscrição.
- Seção “O que você vai aprender” com bullets.
- Agenda dividida por dias e horários.
- Seção de pagamento com botão Pix.
- Rodapé com contatos e link para grupo (ex: WhatsApp).
Não espere perfeição no primeiro build. Use a IA para ajustar design, textos, e depois refine com prompts curtos. Exemplo de detalhamento que eu dou: “Refaça a seção de agenda com cards, mantenha cores azul e roxo, adicione microanimações”.
Passo 5: Crie o back-end mínimo e o banco de dados
Para qualquer sistema que precise de login, controle de créditos ou armazenamento, eu uso um banco MySQL remoto. Workflow:
- Criar a base no painel de hospedagem (ex: Napoleon Host) e habilitar acesso remoto.
- Gerar as tabelas básicas: users, ads, credits, payments.
- Configurar variáveis de ambiente (ENV) com host, user, password, database.
- Importar SQL com as tabelas prontas e testar conexões via aplicativo local.
Preferir banco remoto evita instalar MySQL local e facilita o deploy. No ENV você coloca a chave da Pagou, a URL de produção e o host do banco. No editor eu mantenho um .env.example e deixo o .env local privado.
Passo 6: Integre Pagou para Pix e fluxo de créditos
Para aceitar pagamentos via Pix e crédito automático, o fluxo básico é:
- Usuário cria conta e compra pacote de créditos (ex: R$10 por 4 créditos).
- Ao clicar em comprar, o back-end solicita a cobrança à API do Pagou.
- API retorna dados do Pix (qrcode, código). Mostre no front para o usuário pagar.
- Pagou envia webhook de confirmação; ao receber, atualize tabela payments e some os créditos ao usuário.
- Com os créditos, o usuário reserva espaço no mural e cria o anúncio.
Dica prática: teste o webhook em ambiente de desenvolvimento usando tunneling (ngrok) ou configurando o painel de Pagou com a URL pública do seu servidor. Se o webhook não chegar, o usuário fica sem créditos até a confirmação.
Passo 7: Construindo o mural por grade (ads grid)
A parte mais divertida é criar a interface do mural, onde os anúncios ocupam blocos da grade. Pense assim:
- O mural é uma matriz de células (por exemplo 100 x 100). O mínimo de compra é 2×2.
- Quando o usuário escolhe largura e altura, o sistema calcula quantos créditos serão consumidos (ex: 1 crédito por 2×2).
- O usuário posiciona o retângulo sobre a grade. Depois, clica para editar dados e faz upload da arte.
- Ao salvar, o servidor debita os créditos e bloqueia as células na DB.
Tecnologias do front: canvas HTML ou grid CSS com lógica JS que transforma cliques em coordenadas de célula. Implementação prática:
- Renderize o mural responsivo, permitindo zoom e arrastar para posicionamento.
- Ao selecionar um retângulo, mostre um botão “Editar anúncio” que abre um formulário lateral com nome, link, WhatsApp e upload de imagem.
- Ao salvar, valide créditos no servidor, atualize tabela ads com posição e metadados e retorne sucesso.
Erros comuns que enfrentei: cálculo de posições desalinhado por causa do zoom; botões de salvar que não ativam; problemas de debit de créditos. Sempre registre respostas do servidor e trate erros 500 com logs para descobrir onde a cadeia quebrou.
Passo 8: Fluxo de deploy e FTP
Deploy simples e rápido:
- Configure subdomínio para testar (ex: ads.seudominio.com).
- Crie usuário FTP que aponte para a pasta do subdomínio.
- No editor, configure a extensão FTP e envie os arquivos (pasta por pasta, se necessário).
- Verifique se o PHP da hospedagem é compatível (uso PHP 8.2 como padrão para evitar incompatibilidades).
- Execute import do SQL e teste formulários ao vivo.
Importante: não envie arquivos .env para produção via FTP sem cuidado. Prefira configurar as variáveis diretamente no painel da hospedagem.
Passo 9: Teste, debug e itere rápido
Testes práticos que eu faço:
- Criação de conta, compra de créditos via Pix e confirmação automática.
- Posicionamento de retângulo no mural e envio da arte.
- Simulação de conflitos: tentar reservar área já ocupada e validar resposta correta.
- Logs de erro: console do navegador, error logs do servidor e respostas das APIs.
Quando algo quebra, peço para a IA analisar o código e sugerir correções. Ela aponta bugs, propõe testes unitários e até gera patches. Ainda assim, sempre revise manualmente e entenda a correção.
Passo 10: Productize e venda para o mercado local
Depois que o MVP funciona, pense em monetizar de forma simples:
- Preço por bloco (ex: R$10 por 2×2) e pacotes promocionais.
- Venda porta a porta para lojas locais, cafés e pequenos comércios.
- Ofereça cópias do sistema como serviço para outros municípios, ou licencie o código.
- Use landing page para vender a inscrição em mentorias e ofereça o produto como bônus.
Um detalhe que vale ouro: entregue a solução com um manual simples e um vídeo curto de instalação. Isso facilita a revenda e reduz suporte.
Passo 11: Segurança e manutenção
Mesmo para MVP, implemente medidas básicas:
- Sanitização de inputs e validação do lado servidor.
- Proteção contra upload de arquivos maliciosos (verificar extensões e MIME).
- Autenticação segura, hashing de senhas e uso de HTTPS.
- Monitoramento de logs e backups do banco.
Peça para a IA fazer uma análise de segurança do código e gerar um plano de correção. Ela normalmente identifica pontos como SQL injection, XSS e autenticação fraca. Execute as correções uma a uma e teste.
Passo 12: Dicas práticas e atalhos que eu uso
- Trabalhe com bancos remotos para facilitar deploy e desenvolvimento contínuo sem configurar MySQL local.
- Use a IA para gerar prompts, templates de código e para analisar logs.
- Configure previews locais no editor para acelerar o feedback visual antes do upload.
- Divida funcionalidades grandes em arquivos isolados para permitir atualizações sem sobrescrever tudo.
- Se for vender o produto, prepare um kit de instalação com scripts SQL e instruções de ENV prontas.
“Você não precisa ser um programador completo para criar soluções; precisa saber como usar as ferramentas certas e estruturar bem o projeto.”
Conclusão: com um pensamento pragmático e as ferramentas certas, é possível sair da ideia ao produto funcional em poucas horas ou dias. O segredo é manter o MVP enxuto, automatizar pagamentos e deployment, e iterar rápido a partir dos feedbacks reais. Se a sua meta é começar a vender serviços locais ou criar produtos digitais para revenda, comece com algo simples, aprenda com os erros, e torne esse fluxo repetível.
Se quiser, posso te ajudar a adaptar esse roteiro ao seu caso específico: seja uma landing page para um serviço local, um menu digital para restaurantes ou um mural de anúncios para a sua cidade. O importante é começar pequeno e crescer com segurança.



